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A Antigüidade Clássica na obra de Ricardo Reis: da recensio à proposta de edição comentada

Introduo

Introduo

Nas obras de Ricardo Reis, encontramos uma faceta das diversas fontes de influncia de Fernando Pessoa profundamente ligada cultura clssica, no s no que tange mitologia, mas tambm ao rebuscamento lingstico tpico do latim clssico e aos sistemas filosficos helnicos que se fazem presentes e claramente notveis a qualquer leitor atento da obra do heternimo.

Tendo em vista a vasta quantidade de referncias, nas poesias, Antiguidade Clssica em vrios domnios da lngua (semntico, sinttico, lexical etc.), pretendemos, com o presente trabalho, oferecer alguns subsdios para promover a realizao de uma edio comentada de toda a obra potica de Ricardo Reis, com o intuito de aclarar, para o pblico leigo e o no especializado na cultura greco-romana, a interpretao dos poemas, expandindo, assim, o alcance da rica obra de Reis e facilitando sua compreenso mais profunda.

Estabeleceremos um confronto de duas edies virtuais da obra de Ricardo Reis de modo a investigar possveis contradies, alteraes e diferenas para descobrirmos a existncia de variantes. Adotaremos, como verso padro, a que acreditamos ser a mais consagrada e aceita da obra de Pessoa para a nossa anlise inicial: a "Obra Potica" da editora Nova Aguillar.

Exemplificaremos nossa hiptese por meio de anlises de alguns poemas selecionados e explicaes das referncias clssicas de natureza lxico-semntica.

Desenvolvimento

Comearemos nossa explanao mais alongada da proposta do trabalho por uma definio de conceitos bsicos da filosofia helenstica, necessrios compreenso das anlises posteriores. mister ter em mente os seguintes conhecimentos:

Epicurismo desenvolvido por Epicuro de Samos, propunha o prazer contnuo como o nico caminho para a felicidade, no sendo admissveis quaisquer traos de dor e sofrimento que a perturbassem. No se deve confundir com o hedonismo, pois o epicurista buscava o prazer sereno e tranqilo, harmonizando-se com a natureza.

Estoicismo sistema filosfico fundado por Zeno de Cicio na Grcia e levado a Roma em meados do sculo II a.C, seguido notavelmente por Sneca e Marco Aurlio. Pregava que os homens deveriam viver conforme a natureza e se conservarem imperturbveis e apticos diante das paixes e sofrimentos da vida. Busca essencialmente a virtude.

As demais noes mitolgicas, culturais e lingusticas sero explicadas com o decorrer das anlises.

Fundamentos tericos

Valendo-nos das definies dos diversos tipos de edio apresentadas em "A ECDTICA: ARTE E TCNICAS DA EDIO DE TEXTOS", por Jos Pereira da Silva, optamos pela subclassificao "Edio anotada aquela cujo texto se faz acompanhar de notas destinadas a esclarec-lo ou atualiz-lo" para nossa proposta de edio da obra potica de Ricardo Reis, por ser a que se mostra mais consoante a nosso objetivo de tecer comentrios explicativos de modo a eliminar a obscuridade de toda a obra.

Realizamos, de acordo com os passos descritos por Leodegrio A. de Azevedo Filho (1987, p.17), um confronto e comparao de duas publicaes online das obras de Ricardo Reis. Transcrevemos dois exemplos de variaes encontradas nas poesias:

De Apolo o carro rodou pra fora

Da vista. A poeira que levantara

Ficou enchendo de leve nvoa

o horizonte;

(Fonte: http://www.secrel.com.br/jpoesia/reis.html)

De Apolo o carro rodou pra fora

Da vista.

A poeira que levantara

Ficou enchendo de leve nvoa o horizonte;

(Pessoa revisitado - Fonte: http://www.cfh.ufsc.br/~magno/)

Cada dia sem gozo no foi teu

Foi s durares nele. Quanto vivas

Sem que o gozes, no vives.

Cada dia sem gozo no foi teu

Foi s durares nele.

Quanto vivas Sem que o gozes, no vives.

Levantamento de corpus

Aqui, Neera, longe

De homens e de cidades,

Por ningum nos tolher

O passo, nem vedarem

A nossa vista as casas,

Podemos crer-nos livres.

Bem sei, flava, que inda

Nos tolhe a vida o corpo,

E no temos a mo

Onde temos a alma;

Bem sei que mesmo aqui

Se nos gasta esta carne

Que os deuses concederam

Ao estado antes de Averno.

Mas aqui no nos prendem

Mais coisas do que a vida,

Mos alheias no tomam

Do nosso brao, ou passos

Humanos se atravessam

Pelo nosso caminho.

No nos sentimos presos

Seno com pensarmos nisso,

Por isso no pensemos

E deixemo-nos crer

Na inteira liberdade

Que a iluso que agora

Nos torna iguais dos deuses.

De Apolo o carro rodou pra fora

Da vista. A poeira que levantara

Ficou enchendo de leve nvoa o horizonte;

A flauta calma de P, descendo

Seu tom agudo no ar pausado,

Deu mais tristezas ao moribundo

Dia suave.

Clida e loura, nbil e triste,

Tu, mondadeira dos prados quentes,

Ficas ouvindo, com os teus passos

Mais arrastados,

A flauta antiga do deus durando

Com o ar que cresce pra vento leve,

E sei que pensas na deusa clara

Nada dos mares,

E que vo ondas l muito adentro

Do que o teu seio sente cansado

Enquanto a flauta sorrindo chora

Palidamente.

Cada dia sem gozo no foi teu

Foi s durares nele.

Quanto vivas sem que o gozes, no vives.

No pesa que amas, bebas ou sorrias:

Basta o reflexo do sol ido na gua

De um charco, se te grato.

Feliz o a quem, por ter em coisas mnimas

Seu prazer posto, nenhum dia nega

A natural ventura

No ciclo eterno das mudveis coisas

Novo inverno aps novo outono volve

diferente terra

Com a mesma maneira.

Porm a mim nem me acha diferente

Nem diferente deixa-me, fechado

Na clausura maligna

Da ndole indecisa.

Presa da plida fatalidade

De no mudar-me, me infiel renovo

Aos propsitos mudos

Morituros e infindos.

Anlises

No poema "Aqui, Neera, longe", identificamos a presena dos vocbulos diretamente ligados literatura latina: Neera, flava e Averno. Para iniciar as devidas explicaes acerca destes vocbulos, utilizaremos o seguinte fragmento do artigo do Professor Dr. Antnio Manuel Ferreira (2001, p. 258), da Universidade de Aveiro:

Os trs nomes femininos que surgem nas odes de Ricardo Reis Ldia, Neera e Cloe provm da poesia de Horcio, e constituem elementos textuais significativos, pois so nomeadas muitas vezes, cabendo a Ldia o maior nmero de referncias. Na poesia de Horcio, as trs mulheres tm figuras distintas, porque tambm diferente o tom de voz que o poeta assume. Cloe a rapariguinha amedrontada e imatura, receosa das intenes masculinas mais libidinosas; Neera a mulher insinuante e enganadora, e Ldia uma mulher cuja experincia permite ao poeta uma gama de sentimentos bastante matizada.

Assim sendo, julgamos ser justificvel e lcito definir devidamente a origem da personagem Neera de modo a situar o leitor acerca de sua presena na poesia de Ricardo Reis em dilogo com as odes horacianas.

Da mesma forma, o Averno o antigo nome de uma cratera perto de Cumas, onde se acreditava estar a entrada do reino dos mortos, o Hades, minuciosamente descrito por Virglio no Livro VI da Eneida.

Transcrevemos abaixo o verbete flavus do Dicionrio Latino-portugus de Ams Colho da Silva e Airto Ceolin Montagner (2007, p.165), de modo a elucidar o significado de "flava" na poesia:

flavus, a, um, adj.: flavo, amarelo, cor de ouro; louro

Para melhor organizao e mtodo, identificamos, no que tange ao lxico, trs subdivises que englobam as diferentes utilizaes vocabulares de Ricardo Reis e que sero devidamente corroboradas pela anlise das poesias seguintes:

a)Uma utilizao mitolgica estrita, expressando-se pelas figuras dos diversos deuses, ninfas e demais seres da mitologia, lugares (como o Averno) etc.

b)Uma utilizao dialgica, estabelecendo a intertextualidade com Horcio, atravs das personagens Cloe, Ldia e Neera, repetidamente tratadas de um modo particular e no meramente imitativo, o que ser oportunamente desenvolvido.

c)Uma utilizao de latinismos, sob a forma de vocbulos estranhos lngua portuguesa corrente, oriundos da vertente clssica do latim, como forma de demonstrar erudio. Aconselha-se serem notificados, na proposta edio, com a devida sinonmia e preferencialmente acompanhados do verbete de um dicionrio latino-portugus de reconhecida envergadura.

Estas seriam as consideraes bsicas para facilitar a leitura da poesia, mas, para uma anlise mais profunda, podemos explicar o gosto particular de Reis por posicionar o verbo no fim da orao como tendo origem clssica. Para explicitar o nosso paralelo, recorremos dissertao de Mestrado de Jos Mrio Botelho (2007, p. 14), que nos ensina conhecimentos bsicos da sintaxe latina:

Por conseguinte, a ordem dos termos na frase no se fazia obrigatria, no obstante uma padronizao na colocao dos termos, mormente na prosa, em que prevalecia uma ordem natural da lngua latina, visto que se iniciava a frase com o termo nominativo (sujeito) e se finalizava com o verbo.

E no s o verbo, mas, como nos primeiros versos da poesia - "Aqui, Neera, longe/De homens e de cidades,/Por ningum nos tolher/O passo, nem vedarem/A nossa vista as casas,/Podemos crer-nos livres" -, toda a orao principal aparece posicionada no fim da estrofe, revelando o deslocamento da idia e uma inverso tipicamente da erudio clssica.

Ao fim da poesia exemplificada, cremos estarem corroboradas as idias de impotncia do homem perante o curso da vida (Se nos gasta esta carne/Que os deuses concederam) e a distncia atividade racional pelo sentido do verbo "pensar" como um ato de pensar reflexivo, racional, em oposio "crer".

Passemos, agora, ao poema seguinte, "De Apolo".

Percebemos, neste caso, no primeiro verso o sintagma "o carro de Apolo", apresentado invertido, e que urge ser devidamente explicado. Quando deixou a Grcia para ir ao pas de sua me, Hiperbreos, Apolo realizou uma longa viagem em um carro alado puxado por dois cisnes que viajava sobre as nuvens.

Na interessante interpretao do Professor Dr. Jairo Nogueira Luna, num artigo de 2008, vemos o seguinte:

Apolo, como um deus solar, que dirige o carro do Sol, funciona no poema como o marcador do tempo imediato, aquele que determina ou pelo qual se tem acesso ao conhecimento do ritmo da Natureza

Filho de Mercrio e da ninfa Drope, P, o deus dos bosques e dos pastos, percorrendo um dia o monte Liceu, encontrou a ninfa Syrinx, a quem disse, segundo as palavras de Ovdio: "Cedei, formosa ninfa, aos desejos de um deus que pretende tornar-se vosso esposo". Fugindo, pediu s ninfas dos rios que a transformassem em bambu. Realizado o desejo, quando P a tentou agarrar, s havia o bambu e o som do ar atravessando-o. Encantado, o deus uniu bambus de diversos tamanhos e produziu o lendrio e antiqssimo instrumento de sopro, dando-lhe o mesmo nome da ninfa que perseguiu.

At agora, temos tratado especialmente dos aspectos lexicais da obra potica, elucidando os significados que possam parecer obscuros ou no to profundamente conhecidos pelo senso comum, como no caso do mito da Flauta de P, do qual muito se ouve falar, mas talvez no com a profundidade devida.

Passaremos, ento, a analisar questes menos explcitas da poesia de Ricardo Reis, identificando aspectos concernentes a sistemas filosficos helnicos, j devidamente definidos no princpio do trabalho, e que, para o melhor entendimento da obra, devem ser claramente expostos ao leitor.

Utilizaremos, devido proporo pouco extensa do trabalho, alguns exemplos mais conhecidos e neles nos concentraremos, deixando, para um momento mais oportuno, a anlise mais rigorosa, extensa e exaustiva, rica e completa em exemplificaes com a obra completa.

No terceiro poema, a utilizao do vocbulo "gozo" e do verbo de mesma raiz "gozes" carregam uma carga semntica repleta de influncia da civilizao helnica no que tange ao dilogo estrito com os sistemas filosficos j descritos. A idia contida no primeiro verso est em perfeita consonncia com o que definimos ser o Epicurismo pela estrita necessidade do gozo para que o dia "seja teu". Devemos entender a aplicao do pronome possessivo ao dia como uma aproximao para o ser vivente, a aproximao do dia ou seja, das experincias -, a posse, que pressupe controle, perfeito domnio da sua prpria experincia cotidiana, de tal forma que um cidado s possui o dia, ou seja, s domina as suas prprias experincias, com controle de sua prpria vida, se obtiver prazer. Seno, "foi s durares nele", houve to somente uma experincia passiva e descontrolada, no sentido literal.

Julgamos ser este exemplo potico uma das mais perfeitas definies, e extremamente sinttica, da filosofia epicurista. Na estrofe segunda, evidenciado o carter simples, tranqilo e sereno do gozo idealizado, tratado na primeira, sendo, inclusive, indicado pelo prprio eu-lrico exemplos deste gozo no hedonista.

A ltima estrofe iniciada por um verso que guarda em si um dos melhores exemplos da utilizao extremamente tradicional dos elementos sintticos por Ricardo Reis. "Feliz o a quem, por ter em coisas mnimas" nos mostra a utilizao de "o" maneira dos demonstrativos latinos ille, illa, illud, transmitidos s lnguas neolatinas simultaneamente como artigo (o/a ; lo/la) e pronome (o, a), de tal sorte que a melhor forma de transmitir a mensagem do verso seria "feliz aquele a quem, por ter em coisas mnimas".

Por fim, demonstraremos, com o ltimo exemplo potico, uma intensa expressividade estica, evidente pelo vocbulo "diferente", utilizado pelo poeta para se referir incapacidade do movimento das estaes (inverno outono como ciclo de tempo, evoluo, mudana natural que, logo, pressupe diferena) para modific-lo. O poeta revela sua apatia e nula perturbao diante do tempo "fatalidade/ De no mudar-me".

Concluso

Procuramos estabelecer os movimentos iniciais no sentido de proceder a uma anlise completa da obra potica de Ricardo Reis nos mbitos lexicais, semnticos e sintticos. Recorremos corroborao nos concedida pela tradio Clssica helenstico-romana que muito influenciou os aspectos lingsticos e temticos do heternimo, levantando a necessidade, ou menos presunosamente, a validade e o auxlio que prestaria ao pblico uma edio comentada da obra, de modo a desvendar as obscuridades de remota origem.

Como culminncia do nosso trabalho elementar, que comeou por se limitar a uma pesquisa dos aspectos sintticos, lexicais e semnticos de Reis, apresentamos o desejo de propor, em um momento que esperamos no tardar, um glossrio dos latinismos de sua obra completa, com a explicao mais competente e sucinta quanto possvel, um levantamento de dados biogrficos tanto de Pessoa quanto de Reis, seguido de apontamentos que julgarmos teis para a melhor apreciao das poesias e, ento, forneceremos bases mais concretas em cima das quais ser possvel a organizao de nosso objetivo final: uma edio comentada.

Referncias Bibliogrficas

AZEVEDO FILHO, Leodegrio A. de. Iniciao em crtica textual. So Paulo: Presena/Edusp, 1987.

BOTELHO, Jos Mrio. O comportamento estilstico-sinttico das formas verbo-nominais em odes horacianas. Rio de Janeiro, 2007. Dissertao (Mestrado em Letras Clssicas) Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

FERREIRA, Antnio Manuel. Artigo: "As Vozes de Ldia": gora. Estudos Clssicos em Debate 3, 2001. Disponvel em: http://www2.dlc.ua.pt/classicos/Ldia.pdf

LUNA, Jairo Nogueira. Artigo: Alguns aspectos do uso da mitologia nas odes de Ricardo Reis. Disponvel em: http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=51029&cat=artigos&vinda=s

PESSOA, Fernando. Obra Potica. Rio de Janeiro, Nova Aguillar, 1986.

SILVA, Ams Colho da; MONTAGNER, Airto Ceolin. Dicionrio Latino-portugus. Rio de Janeiro: Ingrfica Editorial, 2007.

SILVA, Jos Pereira da. A ecdtica: arte e tcnicas da edio de textos. In: Anais do III Congresso Nacional de Lingstica e Filologia. Disponvel em: http://www.filologia.org.br/anais/anais III CNLF39.html

A Antigidade Clssica na obra de Ricardo Reis: da recensio proposta de edio comentada


Por: Jorge Henrique Nunes Pinto

Perfil do Autor

Graduado em Letras (Portugus-Latim) e graduando em Msica (Composio e Regncia). (Artigonal SC #3390804)

Fonte do Artigo - http://www.artigonal.com/ficcao-artigos/a-antiguidade-classica-na-obra-de-ricardo-reis-da-recensio-a-proposta-de-edicao-comentada-3390804.html
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