Aprendizado E Cérebro: Tudo A Ver

Author: Jaguaracy Conceio

Author: Jaguaracy Conceio

J sabemos que a neurocincia oferece novas teorias para o estudo do crebro proporcionando aos docentes oportunidades de saber como o aprendizado acontece. H docentes que ficam contrariados(as), quando so instados a mudar suas prticas pedaggicas. Com a ajuda da neurocincia, fica fcil perceber o porqu de mudarmos. Quando se diz que o(a) docente deve motivar os(as) discentes, h um questionamento sobre como exercitar essa motivao. Ocorre que muitos(as) docentes, tambm esto desmotivados(as), o que leva dificuldade de entendimento e consequentemente do aprendizado O conhecimento de como o crebro funciona, nos mostra que h uma estrutura chamada de ncleo acumbente, que est situado no crtex frontal e faz parte do sistema de recompensa. Todas as vezes que o crebro entende que algo foi realizado com sucesso e prazer, o ncleo acumbente acionado. Assim, quando o(a) discente resolve uma questo matemtica, o crtex cerebral libera um neurotransmissor chamado dopamina, que ativa o ncleo acumbente e aciona o sistema de recompensa. De acordo com Houzel (2007) isso importante por duas razes: aperfeioamento do crebro e registro na memria da associao entre o que se fez e a sensao de prazer. (Houzel, 2007, pg.31). O elogio pelo acerto tambm mexe com o sistema de recompensa. Houzel nos diz que: elogios so a confirmao externa para o sistema de recompensa de que o crebro agiu de forma correta. Valorizar os bons resultados alcanados por voc e pelas outras pessoas um meio de encorajar o sistema de recompensa a proporcionar motivao para continuar a fazer aquilo que d certo. (Houzel, 2007, pg. 36). Fica claro ento, que docentes e discentes devem sempre buscar motivao no que fazem para que o crebro sinta-se recompensado. Cabe ainda aos docentes usarem o elogio a cada acerto e/ou tentativa discente para ativao do sistema de recompensa. A busca de novas estratgias de ensino e de novas formas de avaliar so fundamentais e necessrias porque o crebro gosta de novidade. A repetio no proporciona estmulo ao sistema de recompensa, o que leva baixa ao da dopamina. Constantemente em sala de aula nos queixamos de que os(as) discentes esto dispersos e desatenciosos, no querem nada. Evidencia-se a a necessidade de ativarmos o crebro. hora de colocarmos novidade na sala de aula. De acordo com Houzel o que novo, inesperado ou surpreendente ativa o lcus coeruleus (ou local azul, assim denominado por causa de sua cor azul), estrutura que desperta o crebro e dirige o nosso interesse para aquilo que ainda no conhecemos. Sabemos que uma boa aula expositiva pode ser excelente, mas se no houver a participao discente poder no haver o entendimento. De acordo com Piazzi h um provrbio chins que diz: Se eu escuto... esqueo! Se eu vejo... entendo! Se eu fao ... aprendo! (Piazzi, 2008, pg.63). E o que ainda se v em muitas de nossas classes? O(a) discente escuta e v. Ento ou no , hora de mudanas estratgicas em nossas aulas? Buscando auxlio em Antunes encontramos o seguinte: A memria humana apresenta baixssima tolerncia incoerncia e ausncia de motivao, e mostra-se por outro lado, extremamente sensvel emoo. (Antunes, 2007, pg.30). Quem labuta na escola pblica, sabe muito bem o quanto falta motivao e emoo. Na maioria das vezes o filme sempre o mesmo, arriscamos dizer, que alm dos aspectos j citados, falta tambm afeto, sentimento primordial para um melhor entendimento entre docentes e discentes. Fazer para aprender fundamental, assim, a diversificao das atividades far com que o crebro se sinta motivado. O diversificar no quer dizer facilitar, dissemos que a repetio reduz a ao da dopamina e o mesmo ocorre quando se completa uma ao com mais facilidade, portanto necessrio que haja sempre um grau de dificuldade, para que o crebro se questione se conseguir resolver. Deve-se ento proporcionar aos discentes tarefas que no sejam fceis demais e nem tambm extremamente difceis. Para Houzel a perda do prazer aliada ao desafio do moderadamente complexo, que leva busca do aprendizado contnuo e alarga os limites. O aprendizado contnuo de Houzel nos conduz a Piazzi, que diz no haver aprendizado em sala de aula, pois esse s acontece quando o(a) discente estuda fora da escola. Afirmam os autores citados, que a aprendizagem ocorre durante o sono, quando o crebro decide o que ser salvo e o que ser apagado. E como isso ocorre? De acordo com Piazzi e Houzel, para que isso ocorra necessrio que o aprendizado comece de dia. o estudo dirio que orientar o crebro no momento da escolha entre o que ficar gravado e o que ser esquecido. Piazzi nos diz que aula assistida hoje aula estudada... hoje. Somos testemunha da dificuldade que muitos(as) discentes tm para estudar em razo de trabalho, desleixo e noites mal dormidas, fatores que conduzem dificuldade de aprendizagem. no momento do sono que o hipocampo repassa as memrias do dia em conjunto com o crtex cerebral (Houzel, 2007). esse o momento da consolidao da aprendizagem. Ora, se durante o dia no houve ateno s aulas para o entendimento, no houve estudo das aulas assistidas antes do sono, no haver registro no crtex cerebral e consequentemente no haver aprendizado. Cresce ento a necessidade de o(a) docente estimular os discentes a estudar, passar atividades para casa o que obrigar aos discentes ver o que foi estudado em sala. Apesar de sabermos que muitos(as) discentes no faro as atividades, temos que mostrar que assim que o aprendizado ir ocorrer e insistir, no devemos nos desestimular, pois como foi visto, o crebro quer e gosta de ser estimulado.About the Author:

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