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O recurso literário fluxo de consciência


O FLUXO DE CONSCINCIA

Em 1890, atravs da obra Princpios de psicologia, o psiclogo William James apresentava a expresso por ele criada "Fluxo de Conscincia", do ingls "Stream of Consciousness". Acreditando na teoria de que os pensamentos no se manifestam de modo fragmentado e sim em "fluxo", o psiclogo criou esta expresso com o intuito de demonstrar a continuidade dos processos mentais. No sculo XIX e XX os autores, contagiados pela ebulio cientfica de estudos acerca da mente humana, imediatamente trouxeram para suas obras conceitos psicolgicos e reverteram o eixo que predominava anteriormente, de eventos externos estimulando as personagens ao, para motivaes internas compelindo-os a uma tomada de atitude:

O primeiro e mais importante fato concreto que cada um afirmar

pertencer sua experincia interior o fato de que a conscincia

de algum modo, flui. Estados mentais' sucedem-se uns aos outros

nela. Se pudssemos dizer pensa-se', do mesmo modo que chove'

ou venta', estaramos afirmando o fato da maneira mais simples e com o

mnimo de presuno. Como no podemos, devemos simplesmente dizer

que o pensamento flui".(JAMES,1980,)

Como na literatura existem as tcnicas que procuram representar os processos mentais das personagens tal como lhes ocorreriam, esta se apropriou do termo fluxo de conscincia para denomin-las. Este termo a denominao do processo narrativo atravs do qual possvel perceber os pensamentos, anseios, impresses, obsesses, lunaticidade e humanidade das personagens. Os meios pelos quais este processo apresentado ao leitor se chamam tcnicas narrativas. Estas, por sua vez, aproximam-se ou distanciam-se, conforme suas caractersticas, do recurso fluxo de conscincia propriamente dito. Entre elas esto o monlogo interior livre, o monlogo interior orientado, o solilquio, a impresso sensorial e a descrio por autor onisciente. Segundo o crtico literrio brasileiro Alfredo de Carvalho, so essas as cinco tcnicas fundamentais que podem ser usadas na apresentao do recurso fluxo de conscincia na literatura.

O monlogo interior livre a representao dos processos psquicos da personagem, de modo parcial ou totalmente desarticulado. A personagem no se dirige a ningum, apenas pensa e praticamente no h interferncias, enquanto o monlogo interior orientado o recurso em que a presena do autor mais evidente, serve como guia na exposio dos processos mentais da personagem e de intermedirio entre a psique da personagem e o leitor.

O solilquio, por sua vez, pressupe uma audincia ou destinatrio da exposio dos pensamentos das personagens. Comunicao direta entre personagem e leitor, no possui interferncia do narrador. mais limitado do que o monlogo, pois direcionado intencionalmente a uma plateia. No recurso narrativo denominado impresso sensorial, a mente passiva, as impresses psquicas so traduzidas pelos sentidos. J na descrio por autor onisciente, os processos mentais das personagens so representados convencionalmente pelo autor onisciente, que utiliza sua prpria linguagem para faz-lo.

A tcnica que mais identificada com o recurso do fluxo de conscincia o monlogo interior livre, sendo que chega a ser difcil diferenci-los. s vezes so usados at mesmo como sinnimos. Sua distino a intensidade de um de outro; o fato de o fluxo de conscincia nada mais ser seno o prprio monlogo interior levado s suas extremidades mais radicais, derramado em um fluxo sem interrupes que manifestado em uma linguagem cada vez com menor coerncia, comparada a das narrativas convencionais.

A rea de conhecimento que possui inmeras caractersticas em comum com o recurso literrio fluxo de conscincia ou, no mnimo, muito a explicar sobre ele, a psicanlise. Segundo o professor ingls Terry Eagleton,(2003, p.234)o chamado "sujeito da enunciao" no poder jamais reportar-se de maneira integral no ato de enunciar ou no enunciado propriamente dito. "No h nenhum signo, que por assim dizer, possa resumir inteiramente o meu ser", afirma o terico.

Percebemos a semelhana entre as reas quando analisamos um e outro: a psicanlise e o recurso literrio fluxo de conscincia. A adaptao de uma expresso que primordialmente pertencia psicologia, para a literatura, revela a pretenso desta em relatar fidedignamente o que se passa no interior da mente das personagens literrias. A narrativa, assim como os pensamentos, quando sob o prisma do fluxo de conscincia, flui, simplesmente e de modo atabalhoado. como se o leitor se infiltrasse na conscincia da personagem atravs deste fluir e lesse sua mente. Conforme supracitado, o termo foi utilizado pela primeira vez por um psiclogo. A Literatura apoderou-se dele mais tarde para mostrar a continuidade dos processos mentais no mbito das narrativas, tornando assim a existncia do termo no universo literrio apenas uma consequncia. A crtica literria, segundo o estudioso ingls, (2003, p.246) pode, alm de ir caa dos "smbolos flicos", explicar, levar a uma melhor compreenso da forma com que se constroem os textos literrios. Pode tambm esclarecer os porqus da formao, o significado do modo de construo de determinado texto.

Eagleton, (2003 ) citando a filsofa Julia Kristeva , diz que essa forma de criar pode ser denominada de "linguagem do semitico", o que considera um meio de enfraquecer a ordem simblica da narrativa. Afirma ainda que nessa linguagem as significaes relativamente seguras da linguagem "comum" so perturbadas, postas em dvida e rompidas por um fluxo de significados que pressiona extremamente o signo lingustico criando expresses do inconsciente, construindo novos jogos textuais, podendo at mesmo anular os smbolos sociais vigentes e, alm disso, questionar os discursos que pretendem levar a verdades absolutas. um processo que acontece no interior dos sistemas de signos e que os ultrapassa, pois abrange o social, o psicolgico, o filosfico. Da a necessidade e excelncia do recurso fluxo de conscincia no retrato do homem moderno e de toda sua complexidade, na literatura:

O leitor desses textos tambm submetido a um processo de

perturbao', ou descentralizado' por essa fora lingustica, levado a

contradies, incapacitado de tomar qualquer posio de sujeito simples'

em relao a essas obras polimorfas.(EAGLETON. 2003, p. 260)

O recurso fluxo de conscincia possui um carter de narrativa que se desliga da fala do narrador e inclina-se para o interior da mente das personagens vivendo em seus pensamentos atravs de suas percepes mais existenciais, atemporais e ntimas. Esse recurso rompe com a noo mimtica de real externo, mostrando apenas o aspecto psquico das personagens, o que torna uma elaborao linear de seu perfil um trabalho um tanto quanto complexo. Ao mesmo tempo em que o mtodo em questo rompe com as noes convencionais (na literatura) de real externo, liga-se ao mimtico (real) interno, psquico, uma vez que relata, reproduz o que acontece na mente da personagem, em sua conscincia. Portanto, simultneo negao da verossimilhana com o "real", o fluxo de conscincia aprofunda-a de uma forma espantosa, comprometendo-se inteiramente com o relato fidedigno do psquico das personagens. O mtodo foi considerado por Benedito Nunes (2003, p. 56), o eixo principal da transformao do enredo.

Em narrativas que se utilizam do recurso fluxo de conscincia, o enredo, as memrias, as sensaes no so lineares; so muitas vezes sobrepostos e desordenados, vo e vm num movimento constante, a partir de vrias perspectivas ao mesmo tempo, o presente e o passado aparecem simultaneamente, evidenciando, dessa forma, curiosamente, a semelhana da estrutura narrativa com o prprio contedo narrado.

Segundo Nunes (2003), a conscincia individual torna-se o centro mimtico da narrativa e o fluxo de conscincia o fator mais relevante para que o enredo, a prpria estrutura narrativa sofra um transformao profunda, sendo que esta liberada da subordinao ao princpio da causalidade rigorosa, a que est comumente sujeita. Afinal, uma vez que a narrativa sob o prisma do fluxo , ou pretende ser, a representao fiel dos pensamentos, deve ser e to desconexa quanto estes. O resultado dessas mudanas contraditrio e curioso, pois no momento em que rompe com a concepo mimtica de arte que retrata a vida, desvenda veredas mais profundas do real. Segundo Virginia Woolf, a vida atual feita de trevas impenetrveis que no permitem a viso de um romancista tradicional. Outra razo, talvez, para considerar-se a propriedade da adoo desse recurso transformador, quase que transgressor, na literatura.

H tambm as semelhanas que a psicanlise torna evidente entre o inconsciente e o recurso literrio fluxo de conscincia. "O inconsciente um lugar e um no lugar, completamente indiferente realidade, que no conhece lgica, negao, causalidade, ou contradio, totalmente entregue ao jogo instintivo dos impulsos e da busca do prazer." (EAGLETON, 2003. p. 217)

O mtodo fluxo de conscincia, como a nomenclatura evidencia, no traz ao conhecimento do leitor o jorro do inconsciente. Ele nos faz conhecer a conscincia, mesmo que desordenadamente, do indivduo. Por sua vez, os estudos cientficos acerca do inconsciente e da prpria condio humana esto intimamente interligados com a literatura, sua forma, seu modo de construo e de trazer revelaes importantes sobre a significao desses modos e dessas formas. Eagleton, referindo-se ao inconsciente:

elusivo, no tanto por estar profundamente enterrado em nossa mente,

mas porque uma espcie de vasta e emaranhada rede que nos cerca e

se tece por nosso intermdio, e que portanto nunca pode ser fixada. A

melhor imagem para ilustrar essa rede, que est alm de ns e ao

mesmo tempo constitui o estofo de que somos feitos, a prpria

linguagem. (2003, p. 239)

A teoria literria focalizada quando se estuda o fluxo de conscincia v a obra literria propriamente dita como uma forma de expressar, de ordenar e ate mesmo de refletir a realidade da psique das personagens. Pretende ordenar a experincia humana, dando -lhe alguma forma, alguma linearidade. A estrutura da narrativa literria reproduz, em sua formao, a prpria estrutura da natureza humana, tentando, desse modo, descrev-la, compreend-la e, por que no, desvend-la.

O fluxo de conscincia, por seu carter naturalmente intimista, perturba o leitor, mostrando-lhe as diversas contradies e incongruncias a que est submetida sua natureza, fazendo com que se conhea, ou no mnimo, se questione enquanto ser humano. Narrando e descrevendo minuciosamente o processo mental das personagens, a narrativa do fluxo leva o leitor a nada menos que reconhecer-se, identificar-se nas personagens, e revelar-se para si prprio. Essa narrativa abala as estruturas do leitor, levando-o conscincia de sua pluralidade e falta, talvez, de coerncia.

Por seu carter altamente transgressor no mbito literrio, fugindo aos padres comuns e convencionais de fazer literatura, derrubando divises estticas, demonstrando a falta de limites ou fronteiras na narrativa ou na construo das personagens, ofluxo de conscincia foi considerado um mtodo que leva a literatura que o utiliza a equiparar-se revoluo na esfera poltica.

No momento em que um sistema destrudo ou mesmo desconstrudo, simultaneamente propor-se- a construir/criar um sistema substituto. o que acontece com o recurso literrio fluxo de conscincia. Ao descomprometer-se ou ignorar a ordem da causalidade, por exemplo, faz-se necessrio que estabelea uma nova ordem (ou desordem) dentro do sistema tradicional, que no entanto represente algo coerente no interior do sistema construdo. Nesse caso, por exemplo, o recurso em questo se compromete com a realidade da psique das personagens. Portanto, por analogia, no necessita, nem deve, ser linear, coerente ou lgico.

O recurso literrio fluxo de conscincia


Por: Cristiane Antunes

Perfil do Autor

Acadmica do curso de Letras. (Artigonal SC #3421660)

Fonte do Artigo - http://www.artigonal.com/ficcao-artigos/o-recurso-literario-fluxo-de-consciencia-3421660.html
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