Parada Para Pensar

Enquanto caminhava pelas ruas do bairro onde moro

, eu observava que algumas residncias ainda estavam enfeitadas com alegorias de Natal, principalmente as luzes nos jardins que se enrodilham entre arbustos e rvores, formando figuras que provocam exerccios de imaginao que vo da fantasia a emoo. Interessante, quando eu era menino, me lembro bem, os enfeites natalinos iam sendo desmontados logo aps as festas de fim de ano. Alguns eram mantidos no mximo at o Dia de Reis, tambm conhecido como o final do Natal. Agora, o tempo passa e no importa que as alegorias desbotem ou as lmpadas queimem provocando intervalos maiores no pisca-pisca dos vaga-lumes artificiais. O que importa que a decorao deve ser mantida, sem dia marcado para terminar. Meu filho me chamou ateno para os papais nois atuais. Eles so transformers, iguais aos bonecos do filme, desmontveis, pulando o muro com uma perna s, outro aparece de costas se enredando pela parede e um dos mais interessantes aquele que j est com meio corpo dentro da chamin quando tem na casa, representando para quem v de longe algum que est invadindo a casa pelo telhado. Cruzes. Descobri que os nois esquartejados tm preo maior do que o valor que pagam pelo trabalho de um Papai Noel ao vivo, embora exista informaes da sua extino porque seus altos honorrios a partir do tamanho da barba so insuportveis, fazendo o lojista descartar a atrao comercial, no importando o sacrifcio. Em algumas lojas, e em centros comerciais a poca natalina ainda prorrogada por alguns dias. Tem presentes, ceia farta, abraos efusivos, gente sorrindo em imensos painis luminosos, prolongando o esprito natalino para acompanhar as grandes liquidaes comerciais. E eu c com meus botes fazendo uma parada para pensar que se comemora o aniversrio de nascimento do Divino Amigo, meu dolo maior, de quem recebemos a maior lio de humildade da histria da humanidade a partir da manjedoura em meio aos animais, como que ns, simples mortais menos poderosos, nunca nos lembramos de calar as sandlias da humildade? Como que gastamos o que no temos e esbanjamos o que nos sobra? Raramente reavaliamos nossas atitudes, nunca nos esquecemos de criticar os defeitos dos nossos semelhantes. Como enaltec-los por maiores que sejam suas qualidades se no corrigimos nossos erros, justamente na poca mais propcia para isso. Penso que nos acostumamos a reclamar, pois mais fcil ser desagradvel ou mal humorado do que agradecer a Providncia Divina por tudo o que de graa recebemos e no raro quando damos nos contrariamos. Raramente nos lembramos daquelas amizades que nos eram to caras. Menos ainda daqueles que temos nossa volta, que so obrigados a ouvir nossas bobagens e ainda sentir a nossa injustia, s por que pensamos que a iniciativa de ser agradvel no deve ser nossa. Tenho um amigo das lides espirituais que nos ensina que todo dia Natal. No importa que as liquidaes e ofertas de incio de ano seja aquilo que sobrou no estoque de vendas natalinas. Importa que o melhor presente seja para o nosso semelhante ficar feliz, at chore, mas que seja de emoo e no de dor pelo esquecimento. Que as imperfeies sejam reconhecidas pela mente e pela alma, para que no sejam repetidas no futuro, e haja perdo de todo lado. Que o aborto, no seja legalizado e nem considerado um instrumento de combate ao crime como querem alguns fracos que ainda desconhecem o real significado da vida. Que sejamos respeitados, governantes e governados. Que nenhum brasileiro precise viver como ru, na iminncia de ser condenado por insnias contidas neste tal de PNDH (Plano Nacional de Direitos Humanos), s porque enquanto os mensales continuam a justia permanece cega e travada, o povo pobre e o pobre povo fica no pavor, enquanto nosso prprio presidente assinala que assinou sem ler um pensamento politicamente obsoleto, fingindo ser democrtico. Zilda Arns atravs do seu trabalho e vontade deu ao povo carente um pouco de dignidade, sem pensar em cadeira na ONU ou Premio Nobel. Zilda Arns e Chico Xavier jamais quiseram reinar atravs de feitos no realizados, sendo exemplos de tudo o que nossos polticos, sem generalizar, no querem ser. Quero considerar que este novo ano seja um projeto que vai dar certo. Que se inclua em tudo o que fazemos. Que faa parte de ns. Que nos deixe chegar at o seu fim pensando que estamos mais felizes do que quando o comeamos. Na Luz e na Paz.

Parada Para Pensar

Por: Nilton Salvador

Perfil do Autor

Escritor amador - Articulista em jornais, revistas, sites, grupos e listas de discusso, do ponto de vista bio-psico-scio-espiritual, em busca de saber at onde a tecnologia comportamental est ajudando o ser humano para ele, e no a partir dele, adotando conceitos de redes sociais multifinalitrias como ferramentas para interao. Autor dos livros: Vida de Autista; Autismo - Deslizando nas Ondas; Deficincia ou Eficincia Autismo uma leitura espiritual e Vivo e Imortal - Ensinando a Aprender. Consultor Independente em administrao de empresas; poltica e estratgia; mediador corporativo; gesto de pessoas. Brasileiro, nascido em 1948.(Artigonal SC #1743559)

Fonte do Artigo - http://www.artigonal.com/politica-artigos/parada-para-pensar-1743559.html

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