Princípios Básicos para a Recuperação de Lesões Musculoesqueléticas
Princpios Bsicos para a Recuperao Musculoesqueltica
Atualmente possvel perceber um aumento no nmero de pessoas acometidas por leses musculoesquelticas especficas (MESSIEL ET AL, 2008) ou sintomas lgicos em regies do corpo sem diagnstico clnico. Tais indivduos normalmente iniciam tratamento fisioteraputico, visando amenizar tais sintomas e recuperarem o tecido danificado.
Recentemente novas evidncias apontam a necessidade da continuidade do processo de recuperao/reabilitao atravs do exerccio fsico no perdo ps-fisioterapia, visando a preveno da reincidncia da leso e o surgimento de novas leses. Para entendermos como funciona o processo de recuperao de leses musculoesquelticas, necessrio abordar a definio de leso e como atuam os mecanismos predisponentes para tal.
1. LESO MUSCULOESQUELTICA
Leso caracterizada como uma alterao, deformidade ou anormalidade tecidual modificando o estado fisiolgico normal do tecido,podendo alterar as propriedades de outros tecidos, como vrios tipos de clulas. Pode ser desencadeada por diferentes fatores como desequilbrio fisiolgico, esforos repetitivos, trauma fsico direto ou indireto, fatores mecnicos, fatores posturais, dentre outros (BASTOS & COSSENZA, 2010). As leses podem ser de origem macrotraumtica ou microtraumtica, ambas primrias, em resposta a pequenas ou grandes foras traumticas. Leso macrotraumtica ocasionada pelo trauma fsico direto (agudo), promovendo algia e incapacidades imediatas, provocadas pela perda de funo da estrutura lesionada. Temos como exemplo de leses macrotraumticas as fraturas, os estiramentos, luxaes, etc. As leses microtraumticas, so originadas por pequenos traumas de repetio, que ao longo do tempo geram pequenos processos inflamatrios reincidivos (crnicos). Os mecanismos de leso microtraumtica envolvem os esforos repetitivos, gestual motor incorreto, anormalidades na postura, etc. So exemplos deste tipo de leso as tendinites, bursites, sinovites, dentre outras (BASTOS & COSSENZA, 2010). Em resposta leso primria, temos a leso secundria, carcterizada como consequncia da primria, onde ocorre o a liberao de fluidos que causam a inflamao e/ou hipxia tecidual. O tempo de recuperao varia em virtude da magnitude da resposta inflamatria. Dessa forma, quanto maior a inflamao, maior ser o tempo de recuperao (BASTOS & COSSENZA, 2010).
2. FASES DA RECUPERAO
Para obteno de sucesso na fase de recuperao da leso, necessrio entender e respeitar as fases do processo.Estas etapasso descritas como: fase inflamatria, fase de cicatrizao e fase de remodelao.
2.1 Fase inflamatria
Caracterizada como resposta leso primria, havendo formao de edema em funo do acmulo de fluidos, aumento de macrfacos que atuam na "digesto" das estruturas celulares provenientes do tecido lesionado, elevao da temperatura local, algia, rubor e perda da funo. No h um perodo pr-estabelecido para a atividade inflamatria, podendo duar semanas, porm atinge seu pice entre 48 e 72 horas aps ter ocorrido leso. Nesse momento fundamental controlar estes sinais, pois os mesmos podem se expandir para tecidos adjacentes. Nesta fase a participao do fisioterapeuta fundamental na conteno do processo inflamatrio, evitando a contaminao inflamatria dos tecidos prximos do local da leso. A crioterapia uma ferramenta de grande importncia para esta fase, uma vez que reduz o metabolismo local atravs da vasoconstrio, alm de seus efeitos anestsicos
2.2 Fase de cicatrizao
Iniciada logo aps o trmino da fase inflamatria, identificada ausncia da maioria dos sinais anteriores. o processo de reparao das estruturas teciduais lesionadas, podendo durar vrias semanas. Nesta fase, normalmente ainda existe dor palpao e durante alguns movimentos que exijam funo do tecido lesionado. Entretanto, ao passo que o tecido cicatrizado ocorre a reduo da dor. O fisioterapeuta atua com igual importncia da fase anterior. Entretanto, medida que so readquiridas algumas capacidades, o profissional de educao fsica pode participar do processo. Ambos os profissionais devem submeter o indivduo, com certa cautela, realizao de movimentos e ao restabelecimento da amplitude destes.
2.3 Fase de remodelao
o processo o qual ocorre o realinhamento das fibras de colgeno da estrutura cicatrizada. Tais fibras so submetidas s foras de tenso para se realinharem, buscando a eficincia mxima durante os movimentos. O tecido remodelado no adquire a mesma resistncia e aparncia anteriores leso, todavia, normalmente os nveis funcionais atingem respostas idnticas ou prximas do normal. Na fase de remodelao o papel do profissional de educao fsica fundamental, pois atravs da implementao de diferentes movimentos, submetidos a diferentes sobrecargas que o tecido recupera sua capacidade funcional. Neste processo inicia-se atividades contrarresistncia e gestos desportivos, se for o caso.
Aps ocorrer a leso podemos a plicar o sistema PRICE, que aumenta a possibilidade de melhor recuperao, alm de reduzir fatores de risco que agravem a leso. O sistema PRICE um conjunto de medidas que visam manter a integridade do local lesionado. PRICE uma sigla em ingls que significa: Protection, Restricted Activity, Ice, Compression, Elevation. Em outras palavras quer dizer que devemos proteger o local da leso, restringir qualquer atividade estrutura lesionada, aplicar gelo local, reduzir o espao para a formao do edema utilizando a compresso (distal para proximal) e elevao da estrutura, principalmente se a leso ocorrer nas extremidades.
Para que o processo dereabilitao fsica tenha sucesso absoluto necessrio ter conhecimento dos quatro pontos bsicos da recuperao musculoesqueltica: restaurao da amplitude de movimentos, reequilbrio e desenvolvimento das foras musculares, restabelecimento do controle neuromuscular e restaurao do equilbrio. Vejamos adiante as caractersticas de cada um.
RESTAURAO DA AMPLITUDE DE MOVIMENTO
Um dos componetes da aptido fsica a flexibilidade. A amplitude de movimento est diretamente associada ao uso contnuo das estruturas musculares e articulares, sendo reduzida aps a restrio da utilizao do tecido acometido pela leso. iniciada na fase de cicatrizao, buscando retomar os movimentos em aplitude total, em relao aos nveis anteriores leso. So realizados xerccios de flexibilidade que perduram at o final da fase de remodelao, fundamentais para readquirir e manter a funcionalidade do tecido lesionado.
REEQUILBIRO E DESENVOLVIMENTO DAS FORAS MUSCULARES
A fora muscular um componente importante da aptido fsica, responsvel por vrias das nossas aes, sendo fundamental para a funcionalidade. Entretanto, a diferena nas relaes de fora entre msculos agonistas e antagonistas podem desencadear processos lesivos (MESSIER ET AL, 2008). Alm disso, durante o processo de recuperao ocorrem redues significativas da fora muscular, sendo necessrio o seu restabelecimento. A aplicao de exerccios resistidos crucial para o reequilbrio e desenvolvimento das foras musculares, devendo ser aplicados tanto na recuperao como na preveno de leses.
RESTABELECIMENTO DO CONTROLE NEUROMUSCULAR
O controle neuromuscular o resultado da combinao de diferentes compontes associados principalmente propriocepo e fora muscular. Propriocepo o processamento das informaes pelo sistema nervoso central (SNC), advindas de etruturas localizadas nos msculos, tendes, articulaes e pele. Os fenmenos fsicos ocorridos nessas estruturas so enviados ao SNC, que organiza as informaes e envia uma resposta. A propriocepo o principal sistema de organizao do corpo no espao, permitindo que o indivduo saiba em que posio ele se encontra num determinado ambiente sem nem mesmo estar de olhos abertos. As estruturas proprioceptivas so: fuso muscular, rgo tendinoso de golgi (OTG), corpsculos de Rufini, Pacini, Meissner e Golgi Mazzoni, dentre outras (EJNISMAN ET AL, 2002). O controle proprioceptivo e da fora permite ao indivduo a melhor eficincia na utilizao dos movimentos corporais com a menor possibilidade de ocorrer leso.
RESTAURAO DO EQUILBRIO
Seguindo o pressuposto das informaes anteriores, o equilbrio tem ntima relao com a propriocepo, sendo acrescido de funes especficas do sistema vestibular. Aps perdio de restrio a movimentos, o indivduo tem sua capacidade de equilibrar-se reduzida. de fundamental importncia ter este componente restaurado, pois a falta de equilbrio eleva os riscos leso por queda e por falta de controle dos movimentos.
3. VISO ATUAL
Para entendermos os mecanismos das leses devemos conhecer e estarmos atentos aosfatores predisponentes. Dentre tais fatores podemos destacar: esporte praticado, funo no exerccio do trabalho, sobre uso (overuse), esforos repetitivos, desvios posturais, gestual motor incorreto, morfologia corporal, etc. Atualmente visvel a demanda de indivduos portadores ou recuperadosde leso eindivduos comsintoma lgico sem quadro clnico especfico, pela prtica de exerccios fsicos em academias e centros de sade e treinamento fsico. imprescindvel que o profissional de educao fsica tenha conhecimento suficiente sobre os aspectos envolvidos no processo de leso para lidar com tal pblico, pois uma m orientao pode trazer tona uma leso reincidiva ou desencadear um novo processo lesivo.
O FisioMedSportes, grupo de pesquisas em Fisioterapia, Medicina e Educao Fsica estar em busca de novas evidncias e disponibilizar esclarecimentos e artigos na rea da sade e exerccio fsico.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
Aveiro, M. C.; Navega, M. T.; Granito, R. N.; Renn, A. C. M.; Oishi, J. Efeitos de um programa de atividade fsica no equilbrio e na fora muscular do quadrceps em mulheres osteoporticas visando uma melhoria na qualidade de vida. R. bras. Ci. e Mov. Braslia v. 12 n. 3 p. 33-38, 2004
BASTOS,F. G.; COSSENZA, C. E. Recuperao Musculoesqueltica. Sprint, 2010. 1 Ed.188p.
Cabral, C. M. N.; Melim, A. M. O.; Sacco, I. C. N.; Marques, A. P. PHYSICAL THERAPY IN PATELLOFEMORAL SYNDROME PATIENTS: COMPARISON OF OPEN AND CLOSED KINETIC CHAIN EXERCISES. ACTA ORTOP BRAS 16(3:180-185, 2008)
MESSIER, STEPHEN P.; LEGAULT, CLAUDINE; SCHOENLANK, CASEY R.; NEWMAN, JOVITA JOLLA; MARTIN, DAVID F.; DEVITA, PAUL. Risk Factors and Mechanisms of Knee Injury in Runners. Medicine & Science in Sports & Exercise:November 2008 - Volume 40 - Issue 11 - pp 1873-1879 doi: 10.1249/MSS.0b013e31817ed272
Vauhnik, R.; Morrissey, M. C.; Rutherford, O. M.; Turk, Z.; Pilih, I. A.; Pohar, M. Knee anterior laxity: a risk factor for traumatic knee injury among sportswomen? Knee Surgery, Sports Traumatology, Arthroscopy Volume 16, Number 9, 823-833, DOI: 10.1007/s00167-008-0559-1
Princpios Bsicos para a Recuperao de Leses Musculoesquelticas
Por:
Renato Sobral Monteiro JuniorPerfil do Autor
Graduado em Educao Fsica (UNIVERSO)
Especialista em Fisiologia do Exerccio e Avaliao Morfofuncional (UGF)
Ps-graduando em Recuperao Musculoesqueltica (UNIFOA)
Coordenador do Departamento de Educao Fsica da Clnica Fisio Prime - Fisioterapia e Exerccio Fsico
Membro do FisioMedSports - Grupo de Pesquisas em Fisioterapia, Medicina e Educao Fsica
(Artigonal SC #3292755)
Fonte do Artigo -
http://www.artigonal.com/saude-artigos/principios-basicos-para-a-recuperacao-de-lesoes-musculoesqueleticas-3292755.html
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