subject: Como vocĂȘ quer ser reconhecido: "profissional talentoso" ou "carregador de piano"? [print this page] Hoje, devido dinmica competitiva e a globalizao do mercado, podemos afirmar que a criatividade vista pelas empresas como uma competncia essencial para todos os funcionrios. Por ser responsvel pelos resultados de sua equipe, fundamental que o lder desenvolva tanto a sua competncia de criar e inovar quanto a de seus liderados, e, por fim, gerencie o processo criativo da equipe.
Algumas pessoas atribuem a criatividade simplesmente ao fato de gerar boas ideias. Na verdade, diversas vezes vemos dentro das empresas pessoas reclamando a autoria das ideias; "Pedro implementou este processo, mas eu j tinha pensado nisso, inclusive citei numa reunio de equipe h um ano atrs e ningum me deu ouvidos" Pensando em situaes similares, quem foi criativo neste processo, quem teve a ideia ou quem a implementou?
Para responder, segue uma definio de criatividade que eu considero bem completa e prtica: "A criatividade a capacidade de transformar ideias em realidade, de forma que melhorem um processo, inovem um produto, divirtam algumenfim que tragam benefcios s pessoas, as empresa, a sociedade" (autor desconhecido).
Pensando neste prisma, a criatividade no uma competncia isolada que funciona independentemente das demais. Posso descrever pessoas criativas como sendo aquelas que desenvolvem tanto o pensamento lgico como o abstrato, so pessoas ousadas, que no tm medo de errar, que possuem flexibilidade conceitual e esto extremamente motivadas para usar a sua capacidade de influncia para transformar os diversos "nos" que escutam em "sins".
Para o lder, a questo fundamental : como desenvolver a capacidade criativa na minha equipe?
O primeiro passo verificar se, como lder, voc no est bloqueando o processo criativo da sua equipe ou, at mesmo, permitindo que este processo seja bloqueado pela prpria equipe. Um exemplo deste bloqueio ocorre em reunies de "brainstorm", quando o lder ou membros da equipe reagem s ideias consideradas "tolas" com gracejos, desdm ou argumentos que deixem a pessoa constrangida.
Oras! Reunies deste tipo deveriam focar na quantidade de ideias, na construo de ideias sobre ideias, para depois, em outro momento, realizar a anlise crtica.
Se isso acontece quando as ideias deveriam ser livres e bem vindas, imaginem no dia a dia? O medo de uma crtica mina a capacidade criativa, afinal, ningum quer parecer bobo perante o time.
Para quem tem este tipo de atitude bom refletir que muitas vezes, enquanto a pessoa elabora e verbaliza a ideia, ainda no teve tempo de pensar em todas as implicaes da mesma, afinal, muita coisa para o crebro fazer ao mesmo tempo. Por isso, importante ter um momento no qual as ideias fluam livremente, sem crticas. A chance de, no meio destas, ter algumas boas ou mesmo geniais muito maior do que se as pessoas ficarem com medo de serem criticadas e limitarem o fluxo de ideias.
Albert Einstein dizia: "No existem ideias tolas, existem ideias mal compreendidas", se ele falou, quem sou eu para desdizer?
O segundo passo a criao de um ambiente descontrado. Pensemos um instante: mais fcil criar em um ambiente leve e amistoso ou em um ambiente pesado e antagnico?
Depois disso preciso nivelar as informaes da equipe, pois as pessoas s tero boas ideias sobre um assunto se tiverem acesso as informaes suficientes para se sentirem envolvidos e, com isso, se motivarem a por em prtica as mudanas.
Para finalizar, cabe analisar e selecionar as melhores ideias. Transformar tudo isso em um plano de ao com datas, responsveis, recursos necessrios e planos de contingncia.
Quando criamos em equipe, o melhor processo aquele que no fim ningum sabe exatamente quem foi o dono da idia e quem foi o responsvel pela implementao. Todos de fato contriburam.
Carregador de piano ou talento na empresa?
Por fim, gostaria de citar uma amiga, consultora de RH de uma multinacional, sobre o que significa hoje em dia ser um profissional talentoso. Creio que ela reflete bem a importncia da criatividade em nossas carreiras.
Segundo ela, existem dois grupos de profissionais que as empresas querem manter. O primeiro corresponde aos que atingem e at superam as metas, os chamamos de "carregadores de piano". Eles so importantes e as empresas se esforam para mant-los.
O segundo grupo corresponde aos "talentos da empresa". So os que atingem ou superam as metas, ao mesmo tempo em que trazem inovao e mudanas. Estes profissionais so fundamentais sobrevivncia e ao crescimento da empresa, e estas faro de tudo para mant-los. Na verdade, este um grupo de profissionais que pode se dar ao luxo de escolher onde vo trabalhar.
A pergunta que eu deixo para vocs : como vocs querem ser reconhecidos? Como profissionais talentosos ou carregadores de piano?
Em nossas carreiras dificilmente seremos lembrados por fazer o arroz com feijo, ou seja, por entregar aquilo que se espera de ns. Mas, seremos sim lembrados pelas inovaes e melhorias que realizamos e pelo quanto isso trouxe de benefcios s pessoas e empresa.
Este certamente ser a nossa marca, o nosso legado.
Como voc est construindo o seu?
Juca Palcios Engenheiro formado pela Escola de Engenharia Mau e MBA em Gesto de Pessoas pela FGV. consultor de desenvolvimento pessoal e profissional da Crescimentum, especialista em coaching de executivos e treinamentos comportamentais nas reas de Liderana, Negociao, Comunicao, e formao de equipes de alta performance.