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subject: ESCOLAS MUNICIPAIS E ESTADUAIS EM BUSCA DE NOVOS MÉTODOS PARA EDUCAÇÃO INCLUSIVA [print this page]


INTRODUO
INTRODUO

O presente trabalho visa conhecer os professores que buscam uma formao especial para saberem receber os alunos com deficincia auditiva nas escolas municipais e estaduais do ensino fundamental. A pesquisa foi desenvolvida a partir de um referencial bibliogrfico.

Diante dos estudos, percebemos que os professores apresentaram suas percepes sobre o processo de incluso, e procuram, mesmo diante das limitaes existentes, desenvolver o trabalho na perspectiva de preparar a recepo de todos os alunos com deficincia, respeitando seus direitos de exercerem sua cidadania com dignidade.

Torna-se imprescindvel a compreenso e a utilizao de novos mtodos que contribuiro com o aprendizado e interesse dos alunos e professores, na busca de tornar as aulas mais prazerosas e interativas atravs de recursos oferecidos para ambas as partes, e assim garantir maior compreenso entre o ouvinte e o surdo.

O estudo embasou-se, em especial, na importncia da formao continuada do docente em educao inclusiva, onde se observou que as escolas de ensino regular ainda apresentam resistncia em abrir suas portas para a criana deficiente, tanto por no ter um espao fsico adequado, quanto por no disponibilizarem de mo-de-obra qualificada para atender esta clientela, ou at mesmo por discriminao, j que so alunos diferentes.

1- A IMPORTNCIA DA BUSCA DE NOVOS MTODOS PARA TRABALHAR COM A INCLUSO DO SURDO.

A incluso, no s na perspectiva pedaggica, mas em qualquer perspectiva, significa mudanas de paradigmas. Essa afirmativa quer dizer que: estudar, entender e praticar a incluso mexe e revira a nossa cabea, porque significa repensar concepes at ento cristalizadas e intocveis. So mudanas de paradigmas, pois envolvem um novo olhar sobre a sociedade, o homem, a escola e o aluno.

No se pode mais naturalizar a excluso social e institucionalizar a diferena como ponto contrrio s normas, s regras, ao padro e regulamentar a igualdade como ponto definidor de vidas. As pessoas agem como se fossem iguais, homogneas, e isso no existe.

Todos ns somos seres diferentes, nicos e especiais e constitumos a nossa identidade exatamente pelas diferenas que temos em relao aos demais. Enfim, preciso reconhecer e aceitar que todas as pessoas tm e devem ser respeitadas em sua singularidade.

Em nome da igualdade, a escola regular ainda hoje categoriza, marginaliza e exclui. Encaminha para instituies diversificadas, incluindo a as de ensino especial, uma parcela considervel de alunos, demonstrando de forma perversa que eles no do conta de atender s suas exigncias.

A nossa concepo frente ao papel da escola na incluso de todos os alunos, como espao democrtico, nos faz acreditar que essencial construir, por meio de processos educativos, formas solidrias de convivncia entre todos os alunos. Todos precisam estudar juntos, mas para tanto preciso conviver com as diferenas que a natureza tem posto no mundo.

E, mais, a incluso escolar, no nosso entendimento, necessita ser concebida e praticada como valor, e no apenas como conjunto de regras, ou um novo mtodo, ou ainda como uma simples exigncia legal.

Observamos que atualmente a escola de ensino especial atende crianas e adolescentes com diferentes limitaes. Na maioria dos casos essas crianas freqentam a escola de reabilitao em um perodo, e no outro freqentam uma escola regular, com o objetivo de se socializarem. Nesse aspecto surgem as maiores barreiras, a falta de preparo dessas escolas para receb-los e o despreparo em aplicar a Lngua Brasileira de Sinais ou usar uma metodologia proposta pela educao inclusiva, acabam prejudicando o desenvolvimento das crianas, deixando-as retradas e desmotivadas por no conseguirem entender os contedos repassados durante a aula. Diante disso, tornam-se necessria a busca de novos mtodos capazes de auxiliar os educadores das escolas pblicas no desempenho de seu trabalho.

O processo ensino/aprendizagem a ponte principal que liga a prtica cientfica e literria, forma de estar construindo, no dia-a-dia, parmetros que levam os educadores a aumentar os recursos necessrios a realizarem um grande trabalho dentro da sala de aula.

Segundo Tardif (2002, pp. 266-267):

O objetivo do trabalho docente so seres humanos e, consequentemente, os saberes dos professores trazem consigo os marcos de objetos de trabalho. Esta proposio acarreta conseqncias importantes e raramente discutidas quanto prtica profissional dos professores.

O trabalho docente funciona como uma mgica na vida de uma criana especial, onde a dedicao dever ir alm, para ambos no desanimarem durante o percurso, fazendo um do outro o suporte de novas conquistas. O docente precisa ser inovador, buscar constantemente cursos de formao continuada para renovar suas prticas e construir uma proposta inovadora, de apoio ao aluno especial. Ajudando-o a conquistar seu espao no mercado promissor, que muitas vezes fecha suas portas para incluso.

Acredita-se que o professor deve ressignificar seus saberes, prticas e mtodos em todas as reas, tornando-se professores construtores de suas prprias prticas pedaggicas, pois assim facilitam seu convvio com as pessoas com deficincia, fazendo com que seus recursos de trabalho possam ser construdos e reconstrudos no dia-a-dia.Esta construo se d durante o seu convvio com a criana com deficincia onde novas prticas possam ser trabalhadas dentro da sala de aula, para facilitar o aprendizado entre professor e aluno. Mtodos esses que possam ajudar os docentes que trabalham com crianas portadoras de surdez, com o objetivo de dar a elas uma educao de qualidade voltada para incluso social, onde todos tero o direito de ir e vir dentro desse mercado to competitivo e excludente.

A palavra incluso bonita e desejada, mas na maioria das vezes no funciona na prtica como ponto positivo, mas sim negativo deixando para muitos a marca da excluso, excluso da comunicao, excluso da real participao e excluso social.

No Ensino Especial h sempre uma relao intrnseca entre a conscientizao em aplicar a prtica docente com qualidade, e o aprendizado do aluno.Nesta perspectiva, necessrio pensar e repensar as prticas e mtodos utilizados na formao do aluno.

Segundo Carvalho (2000, p. 62):

O professor requer uma srie de estratgias organizativas e metodolgicas em sala de aula. Estratgias capazes de guiar sua interveno destes processos reflexivos, que facilitem a construo destes processos, favorecendo a aprendizagem dos alunos como uma reinterpretao do conhecimento e no como uma mera transmisso da cultura.

A funo e atuao do docente baseiam-se na prtica diria requerendo-se a interveno criativa e adaptada s circunstncias dirias do ensino-aprendizado aplicadas em sala de aula, carregada de conflitos e valores que requerem opes ticas e polticas.

O professor do Ensino Especial apia-se na reflexo sobre qualquer situao que se apresentam em aplicar os contedos programticos, priorizando indivduo/aprendizagem, uma vez que, o aprendizado do portador de deficincia se forma individualmente.

Na educao inclusiva observamos a existncia de muitas dificuldades de alunos deficientes que no conseguem escrever corretamente ou produzir um texto, por isso os professores necessitam dentro do contexto educacional, construir mtodos que possam contribuir com o aprendizado desses alunos, que muitas vezes s conseguem atravs da confiana entre professor e aluno.

A incluso vista como algo muito simples dentro de uma sociedade exclusiva, que no prioriza a famlia como ponte para obter um bom resultado de aprendizado e socializao, mas na realidade a geradora de grandes responsabilidades.Para que esse indivduo alcance o saber de maneira digna, os educadores muitas vezes entram em desespero, em decorrncia de no saberem explanar o contedo que deve ser aplicado cotidianamente.

O trabalho de ressignificar seus saberes, prticas e mtodos, sugerido anteriormente, dever ser desenvolvido pelo professor em qualquer rea do conhecimento, de acordo com a deficincia diagnosticada.A prtica pedaggica se constri no dia-a-dia, facilitando a relao entre contedo e aprendizado.A aprendizagem na educao especial deve acontecer sem preocupao de ter que cumprir contedo programtico.

Existe uma relao delicada entre esta conscientizao e a prpria qualidade da prtica docente.Prtica que muitas vezes no favorece aos alunos com deficincia na assimilao dos contedos transmitidos em sala de aula.Isto faz com que o mesmo venha buscar esse aprendizado na convivncia com os colegas.Nesta perspectiva, necessitamos pensar e repensar novas prticas e mtodos utilizados na formao do aluno de acordo com a sua deficincia.

Segundo Wrigler (1995, p.16).

A surdez representa uma perda de comunicao, a excluso a partir de seu mundo. Em termos cosmolgicos, uma marca de desapropriao. Ela alteridade, um estigma para se ter pena, e por isso, exilado as margens do conhecimento social. Seu "Silncio" representa banimento ou, na melhor das hipteses, solido e isolamento.A atividade missionria e o auxlio caridoso so encorajados com as respostas moralmente legtimas.

Na educao inclusiva existem muitas dificuldades entre os surdos oralizados que ainda no conseguem ler e interpretar textos, por isso os professores necessitam buscar, dentro da linguagem do surdo, mtodos que possam contribuir com seu aprendizado que muitas vezes s se consegue atravs da confiana de todo o corpo docente de sua escola. importante ressaltar que a lngua portuguesa no a lngua natural dos surdos, mas a lngua que forma o surdo dentro da oralidade.

2 A LNGUA BRASILEIRA DE SINAIS E A LNGUA PORTUGUESA NA VIDA DO SURDO

A Lngua Brasileira de Sinais (LIBRAS) diferente de lngua portuguesa, onde o professor procura usar recursos de acordo com as necessidades do aluno surdo.Aluno esse que muitas vezes passa por dificuldades em estar aprendendo o portugus dentro de uma sala de aula com a outra criana do ensino regular. A incluso vista como algo muito simples dentro do contexto social e familiar, mas na realidade mais um desafio da educao que gera grande responsabilidade aos educadores, que por falta de preparo muitas vezes chega ao desespero em decorrncia do desconhecimento da LIBRAS.Isto ocasiona conflitos, uma vez que a lngua portuguesa utilizada por muitos educadores como fonte base para alfabetizar uma criana surda.

Segundo Salles (2004, p. 35):

Os surdos conseguem expressar de modo inteligvel suas idias. Por isso, verifica-se que a escrita de surdos, como domnio de LIBRAS, dotada de coerncia, embora nem sempre apresente certas caractersticas formais de coeso textual e de uso morfemas gramaticais livres ou no.

A educao inclusiva tem levado muitos educadores a pesquisar e refletir suas prticas, desenvolvendo-as em espaos educativos, onde o sujeito de forma diversificada consegue interagir a um processo de construo formal ou informal, que liga a intersubjetividade a forma nobre da relao entre pessoas deficientes ou no.

A formao docente ir contribuir de forma direta ou indireta com a educao inclusiva, onde todo corpo docente tem a mesma perspectiva, abrir as portas da escola, aqueles que muitas vezes no tem a oportunidade de passar por nenhuma escola, por falta de esclarecimentos, ou mesmo desconhecer os seus direitos em freqentar uma escola de ensino regular ou especial.

A instituio escolar formada pelo corpo docente e discente, que juntos formam e informam todos aqueles que objetivam serem inseridos na sociedade e no mercado de trabalho.

Mesmo tendo limitaes, o deficiente auditivo, busca, de antemo uma forma de melhor se relacionar com a vida diria, facilitando o aprendizado da lngua portuguesa dentro das diretrizes que ocorrem no contexto de ensino/aprendizagem, nesse caso poder ser a LIBRAS.

A formao docente deve focalizar a prtica educacional que envolve os sujeitos surdos dentro de uma perspectiva de funcionamento entre os sujeitos e dinmica em sala de aula para obter importantes contribuies para a reflexo de vrios papis das instituies escolares.

A educao de surdos no Brasil tem sido um assunto polmico, a ser tratado de forma prioritria pelos pesquisadores e estudiosos da educao, com objetivo de buscar solues para o aprendizado da pessoa surda, que no vem apresentando resultado satisfatrio dentro do contexto educacional, ou seja, os alunos no apresentam o domnio adequado dos contedos aplicados. preciso reafirmar que:

A incluso mais que um modelo para a prestao de servios de educao especial. um novo paradigma de pensamento e ao, no sentido de incluir todos os indivduos em uma sociedade na qual a diversidade est se tornando mais norma do que exceo (Skrtic, 1994, citado por STAINBACK e STAINBACK, 2000, p.31).

A educao brasileira de maneira geral tem fragmentado o processo de conhecimento das vrias reas, o ensino descontextualizado, na maioria das vezes desconsidera-se o processo vivido e experimentado pelo aluno surdo e o professor ouvinte no cotidiano da sala de aula.

CONSIDERAES FINAIS

A formao docente em educao inclusiva ainda no conseguiu romper todas as barreiras na rea pedaggica para os alunos surdos, sobretudo pela falta de qualificao dos profissionais para atuarem nessa rea de um modo geral, e at mesmo para a utilizao da LIBRAS.

Atualmente, existe uma deficincia de cursos nessas reas, que deveriam ser oferecidos pela Secretaria Municipal de Educao e no o so. Esta realidade acaba prejudicando a formao continuada dos professores em exerccio.

Ao se preparam para trabalharem em equipe, como coletividade profissional, desenvolvendo atitudes de ao e de acolhida, de orientao, de produo de conhecimento e de divulgao e de socializao de suas descobertas, de seu conhecimento e de seus saberes, os professores tm possibilidades de fazerem a diferena e atuarem de maneira transformadora para uma escola inclusiva

Alm da no existncia de formao continuada, percebe-se que preciso desenvolver mtodos que possam ajudar os docentes que trabalham com crianas surdas, para oferecer-lhes uma educao de qualidade voltada para incluso social, onde todos tero o direito de ir e vir dentro desse mercado to competitivo e excludente. O objetivo maior a incluso das pessoas com deficincia na escola regular e nas atividades cotidianas da sociedade, com o apoio da tecnologia assistiva e desenvolvendo habilidades para gerar alternativas criativas e apropriadas sua realidade.

Por um lado os professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda, despreparados e impotentes frente a essa realidade que agravada pela falta de material adequado, de apoio administrativo e recursos financeiros.

Portanto as mudanas so fundamentais para incluso, mas exige esforo de todos possibilitando que a escola possa ser vista como um ambiente de construo de conhecimento, deixando de existir a discriminao de idade e capacidade. Para isso, a educao dever ter um carter amplo e complexo, favorecendo a construo ao longo da vida, e todo aluno, independente das dificuldades, poder beneficiar-se dos programas educacionais, desde que sejam dadas as oportunidades adequadas para o desenvolvimento de suas potencialidades. Isso exige do professor uma mudana de postura alm da redefinio de papeis que possa assim favorecer o processo de incluso.

A palavra incluso bonita e desejada, que na maioria das vezes no funciona na prtica com ponto positivo, mas sim negativo deixando para muitos a marca da excluso, excluso da comunicao, excluso da real participao e excluso social.

A tendncia focar as deficincias dos nossos sistemas educacionais no desenvolvimento pleno da pessoa, onde se fala em fracasso escolar, no dficit de ateno na hiperatividade e nas deficincias onde o problema fica centrado na incompetncia do aluno. Isso cultura na escola, onde no se pensa como est se dando esse processo ensino-aprendizagem e qual o papel do professor no referido processo. Temos que refletir sobre a educao em geral para pensarmos em incluso da pessoa com deficincia.

Portanto a incluso depende de mudana de valores da sociedade e a vivncia de um novo paradigma que no se faz com simples recomendaes tcnicas, como se fossem receitas de bolo, mas com reflexes dos professores, direes, pais, alunos e comunidade. Contudo essa questo no to simples, pois, devemos levar em conta as diferenas. Como colocar no mesmo espao demandas to diferentes e especficas se muitas vezes, nem a escola especial consegue dar conta desse atendimento de forma adequada, j que l tambm temos demandas diferentes?

REFERNCIAS

CARVALHO, Rosita Edler. Removendo barreiras para aprendizagem. ed. Moderna, 2000.

FELIPE, Tanya A. A funo do intrprete na escolarizao do Surdo. Anais do Congresso Surdez e Escolaridade: Desafios e Reflexes - Congresso Internacional do INES, 17-19 de setembro de 2003: 87-98.

FREIRE, P. (1995) sombra desta mangueira. So Paulo: Olho D'gua (2000) Pedagogia da Autonomia - saberes necessrios prtica educativa. So Paulo: Paz e Terra Coleo Leitura. 15. Edio

GADOTTI, M. (1989) Educao e poder: introduo pedagogia do conflito. So Paulo: Cortez. 9. Edio.

HALL, S. Cultural Identidade e Dispora. Londres: Lawrence and Wishart, 1990.

NOVA, A. Diz-me como ensinar, dir-te-ei quem s e vice versa. In: FAZENDA, I. A Pesquisa em Educao e as Transformaes do Conhecimento. 2. ed. Campinas: Papirus;1997.

SKLIAR, Carlos.A Surdez, um olhar sobre as diferenas. Porto Alegre: Editora Mediao, 1998.

SALES, Heloisa M. L. Ensino de Lngua Portuguesa para Surdos. Caminho para a Prtica Pedaggica.- Braslia, MEC-SEESP, 2004

STAINBACK, S. & STAINBACK, W. Incluso um guia para educadores. Trad. de Magda Frana Lopes. Porto Alegre: Artes Mdicas Sul, 1999.

TARDIF, Maurice. Saberes docente e formao profissional. Petrpolis, R.J. Vozes, 2002.

ESCOLAS MUNICIPAIS E ESTADUAIS EM BUSCA DE NOVOS MTODOS PARA EDUCAO INCLUSIVA

Por: Dalva Aparecida Lira de Arajo

Perfil do Autor

Dalva Aparecida Lira de Arajo

Graduada em Pedagogia Licenciatura Plena e Bacharelado;

Graduao (cursando) Artes Visuais;

Especializao em Educao e Tecnologia;

Especializao em Educao Especial Com nfases em Libras;

Especializao em Psicopedagogia Clinica e Institucional

Especializao em Psicomotricidade (Termino 20 de outubro)

Sou professora de Recurso (Caldas Novas-Go)

Coordenadora Pedagogica do Ensino Especial do Municipio de Corumbaba-Go (Artigonal SC #3313502)

Fonte do Artigo - http://www.artigonal.com/ensino-superior-artigos/escolas-municipais-e-estaduais-em-busca-de-novos-metodos-para-educacao-inclusiva-3313502.html




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