subject: CHICO XAVIER E SEU BOM HUMOR [print this page] CHICO XAVIER E O SEU BOM HUMOR CHICO XAVIER E O SEU BOM HUMOR
Apesar do sofrimento de Chico Xavier, o seu humor nunca foi contagiado. Os espritos que trabalhavam com ele eram firmes e faziam questo de levar adiante o que pretendiam fazer em prol dos necessitados. Eles aconselhavam sempre a levar os problemas com bom humor. Aqui vejamos alguns destes trechos.
esprita trabalhando no centro Luiz Gonzaga, aparecem 4 moas que vieram de Pirapora. A me estava desesperada, pois as 4 estavam loucas. Elas se mordiam, gritavam, se contorciam. Na sala estavam Jos, Chico e as Loucas. Eles rezavam, rezavam e nada. Os obsessores continuavam. Certa noite a coisa piorou. Jos teria que viajar e Chico ficou sozinho com as loucas, mas chegou Manuel que pouco entendia do assunto. Ele aceitou o convite para ajudar Chico que era mdium.Um esprito bondoso chegou e aconselhou nosso amigo Manuel: "Quando o perseguidor se apossar do mdium, aplique o Evangelho com fora."
Logo chegou o esprito barulhento. Manuel no titubeou: deu com o Evangelho na cabea do Chico. O esprito foi embora e Chico ficou quase aleijado de tanto apanhar com o Evangelho. Ele foi uma das poucas pessoas no mundo a levar uma surra de Bblia.
Um pseudo-sbio chegou em sua cidade. Chico vestiu sua melhor roupa e levou seus poemas para o cujo analis-los. O literato passou um olho no contedo e disse que aquilo tudo era uma bobagem. Encheu a boca e disse ao amigo do Chico: - Este rapaz uma besta.
O amigo explicou que eram trabalhos dos espritos e o intelectual retrucou: - uma besta esprita.
O coitado do Chico correu para Maria Joo de Deus e comentou tristonho: - Viu como eu fui insultado?
Ela ento explicou: - No vejo insulto algum. Acho at que voc foi bem tratado. Uma besta um animal de trabalho. E valoroso e til ao espiritismo quando no d coice.
Estando Chico muito cansado de tanto trabalhar no centro, de fazer caridade, reclamou sua me e ela o aconselhou a beber gua da paz. Ele ento saiu a procura deste remdio por todas as farmcias, foi at Belo Horizonte e nada. No encontrando o tal remdio, reclamou sua me e ela respondeu:
No precisava viajar para muito longe. Voc obtm o remdio em casa mesmo. Quando algum lhe fizer uma provocao, coloque um pouco de gua pura na boca e conserve-a. Guarde a gua na boca at parar a tentao de dar uma m resposta.
Engraado foi o que aconteceu certa vez. Tapearam Chico e levaram-no a zona de Meretrcio. Ele, descobrindo a verdade, pergunta ao amigo a razo daquele encontro e o amigo disse que o pai de Chico estava preocupado com a virgindade tardia do filho. Ao entrar no bordel, as prostitutas o reconheceram e disseram: "- Vejam quem est aqui... Vamos fazer uma prece juntos."
De repente o bordel se tornou uma casa esprita com preces e passe.
As segundas e sextas feiras Chico ia ao Centro Luiz Gonzaga. Seguia a risca a doutrina do Espritos, mas o centro esvaziava-se a cada dia ao ponto de um dia ficar s ele no salo. Ento ele foi saindo de fininho tambm, quanto topa com Emmanuel que disse: - Voc no pode se afastar?
- Como? No tem freqentadores.
- E ns? Ns tambm precisamos ouvir o Evangelho. Aqui tem vrios desencarnados. Chico continuou sua pregao.
Foi assim que uma das irms saiu uma noite na janela para ouvir a pregao. E Chico falava: - "Tenha f em Jesus, minha irm. Mas no havia resposta e ele continuava: - Com pacincia alcanaremos a paz.Tenha calma, tudo passa". A moa achou tudo aquilo muito estranho e perguntou ao Chico com quem ele estava conversando e ele respondeu que conversava com dona Chiquinha de Paula. "Ela j morreu, Chico, dizia a moa. E ele retrucava; "Ela est bem viva, voc que no sabe".
Uma vez Joo Cndido Xavier (Pai de Chico) disse a ele: "Vamos construir um galinheiro a na porta. Assim se cada visitante trouxer apenas uma galinha, ficaremos ricos'...
O pai dele parece que duvidava dos espritos ao ponto de um dia comentar: "Chico, os espritos que te orientam so to atrasados, mas to atrasados que, em vez de escreverem Manuel, escrevem Emmanuel.
Doutra vez o pai disse: - eles mandam voc no cobrar nada de ningum porque no pagam o leite e no tem que comer carne. Pode ficar certo, meu filho, quando eu morrer vou ser seu guia.
O coitado do Chico sofria com a sociedade que no o compreendia. Uma vez indo ao jantar de uma socialite esprita, nunca tinha visto tanta comida na mesa e uma pobre mocinha trazendo mais comida. No agentando mais, arrancou a travessa de arroz da mo da moa e disse: "A pobre coitada to frgil e ns aqui, toa, vendo-a fazer tudo isto sozinha." Ele no sabia que ela era a empregada domstica e esta era a sua profisso.
Certa vez uma mulher caiu de joelhos a seus ps. Isto aconteceu vrias vezes com o nosso Chico. Ento, sem jeito, ele levantou a mulher para cima e disse: "no me elogie assim, desconcertante, pois eu no passo de um verme no mundo." No mesmo instante Emmanuel apareceu e disse: "No insulte o verme. Ele funciona ativo na transmutao dos detritos da terra.
Certa vez um centro em Belo Horizonte pediu a presena indispensvel de Chico numa sesso. Ele ento pediu licena do trabalho e pegou o trem, mas no vago Emmanuel aparece diz: "Ento voc se julga indispensvel e por isso rompeu todos os obstculos para viajar como quem realiza uma tarefa fundamental? J refletiu que o servio do ganha po indispensvel a voc." Foi o quanto bastou para Chico descer do trem e tomar o caminho de volta.
Numa tarde aconteceu uma coisa engraada, no muito engraada para ns que somos espritas. Uma mulher procurou Chico no escritrio e disseram que ele se encontrava em sua casa e l foi a mulher e recebeu a informao de que ele tinha se ausentado. noite ela foi a primeira a entrar no centro Luiz Gonzaga. Avanou para Cristo e o esmurrou o diversas vezes dizendo: "est pensando que tenho tempo para andar atrs de voc para cima e para baixo? Faa o favor de ir para aquela sala e me dar um passe agora mesmo seu cachorro. Chico foi aconselhado por Emmanuel para conversar com a mulher.
No outro dia foi trabalhar com o rosto todo inchado e o patro perguntou o que tinha sido aquilo e o Chico disse que batera o rosto na porta: "Dos dois lados"? Foi a pergunta.
Outro fato engraado que ocorreu foi a respeito do olho. Chico sempre tivera um problema num dos olhos e certa vez ele ficou dois dias deitado no fim de semana. No fora ao centro. Emmanuel apareceu e perguntou? "Por que est a parado?" Chico calmamente respondeu: "O senhor no v que meu olho est doente?" Emmanuel teve a resposta imediatamente: "E o que o outro est fazendo? Ter dois olhos um luxo."
Num centro esprita sempre encontramos algum que quer falar de lembranas de vidas anteriores, mesmo que no se lembra de nada. Quase sempre se lembram que foram bonzinhos, mesmo tendo sido uma verdadeira peste no passado.
Uma senhora conversando com o Chico disse: "Chico, fui mrtir numa reencarnao passada. Morri na arena devorada por um leo. E voc Chico?" O Chico levou na brincadeira e disse: "Ah, eu fui a pulga do leo."
O Chico tem milhares de passagens engraadas, mas a que eu acho mais interessante uma que aconteceu em 1940. Chico foi atacado por uma doena na bexiga. Ele foi aos mdicos e o diagnstico foi bem desanimador. Se a reteno urinria se prolongasse por mais tempo, seria fatal. Diante da perspectiva de morte, Chico pede a interveno a Emmanuel no para o curar, mas para receb-lo do outro lado.
- "No posso, disse Emmanuel. Estarei ocupado, mas se voc sentir que a hora chegou, recorra aos amigos do Centro Luiz Gonzaga e, depois, no se descuide das sesses de quarta-feira, dedicadas aos espritos sofredores. Espere pacientemente a sua vez de ser atendido. Voc no melhor que os outros."
E assim ns temos muita coisa humorstica referentes a Chico Xavier. Uma pessoa sofrida e que levava o seu sofrimento com humorismo. isto que todos ns devemos fazer. Se a pessoa tem uma vida muito sofrida, muito ruim, deve procurar tirar o proveito disto para no piorar ainda mais. Muita gente no conseguiria viver nem a metade do que Chico viveu se no tivesse uma cabea muito boa. Seus sofrimentos realmente foram muito grandes.
Quem quiser encontrar mais alguma parte humorstica de Chico Xavier, deve procurar os livros de Souto Maior e tambm de Richard Simonetti.