subject: Por Que Mentem as Empresas [print this page] mentem as empresas mentem as empresas
"John Wells, professor e Presidente do IMD, uma das mais importantes escolas de negcios do mundo, sediada na Sua, afirmou durante palestra realizada no Congresso Nacional sobre Gesto de Pessoas (CONARH), que a maioria absoluta das empresas mente para a sociedade." (http://www.rh.com.br/Portal/Geral/Coluna_ABRH_Nacional/6164/maioria-das-empresas-mente-para-a-sociedade.html)
A maioria de nossas palestras corporativas especialmente porque os temas orbitam sempre as questes do ambiente e relacionamento internos e externos, a da imagem corporativa e criao de elos entre os colaboradores e corporao iniciada com "Empresas so feitas de seres humanos" e, a partir de ento, desenvolvemos a explanao. Talvez a assertiva no caiba to bem em outros temas que no central deste texto: mentiras corporativas.
Toda empresa mente porque todas elas so feitas de seres humanos. E, no futuro, quando a tecnologia construir mquinas plenamente inteligentes para trabalhar nas empresas, essas mquinas mentiro porque tero sido feitas por seres humanos. J temos mostra disso: os computadores programados para atender os 0800 de atendimento ao consumidor mentem "no momento, todos os nossos operadores esto ocupados. Aguarde. Teremos prazer em atend-lo. Sua ligao muito importante para ns". Seguramente, os atendentes ou esto vendo programas de TV ou o sistema controlador pfio e no consegue atender a demanda de chamadas. Ou seja, mentira.
Algumas situaes so compreensveis porque so relacional e circunstancialmente aceitveis pelos clientes. O comprador da empresa "A" liga para o departamento de logstica da empresa "B" e questiona a entrega de seu pedido. Recebe a informao de que os produtos esto no caminho ou, no mximo, no departamento de expedio. tudo o que o comprador precisa para dar satisfaes chefia de seu departamento, ainda que saiba que seja mentira. Mentira aceitvel, planejada, constituda no dia a dia corporativo como instrumento de relacionamento de mercado, uma espcie de compl no intencional organizado por funcionrios de baixo escalo contra seus superiores.
H outras lorotas que podem ser consideradas necessrias. Empresas dizem que a promoo de fim de semana foi "esticada por toda a semana devido ao grande sucesso" porque no podem dizer "nossa meta de venda no foi atingida devido a falhas em nossos procedimentos de marketing; por isso, vamos tentar chegar meta at a prxima sexta-feira".
O problema da mentira corporativa se torna questo preocupante quando rebusca ferimento de tica alis, tica conceito bastante controverso perante determinadas situaes, em especial corporativas, e, portanto, discutvel e resvala diretamente no respeito para com a outra parte da relao, seja consumidor, cliente ou fornecedor ou um simples interessado na empresa. Uma empresa no deveria mentir a um consumidor, mas o faz, quando diz que "a pea de sua mquina, avariada dentro do prazo de validade de uso, estar sendo encaminhada dentro de trs dias; fique tranquilo" e a dignidade do consumidor estar salvaguardada se, na realidade, a empresa estiver procura da pea no mercado desesperadamente.
Uma empresa no tem direito de incutir na sensibilidade das pessoas a impresso de que estas so nmeros desprezveis nas estatsticas e, depois, criar campanha publicitria baseando-se em termos como respeito, carinho, responsabilidade social. Algumas empresas tm passos indignificantes no processo de seleo de funcionrios (caixas de madeira instaladas no jardim para que candidatos deixem seus currculos; frases do tipo aguarde nosso contato e jamais entrar em contato; dinmicas que nada tm a ver com os objetivos da funo etc.). Posteriormente, no raro se encontrar os nomes dessas empresas em ranking das melhores corporaes para se trabalhar.
Empresas de Comunicao no poderiam noticiar situaes de pedofilia, em tom de indignao, minutos depois de ter posto no ar programas de auditrio nos quais se veem meninas de seis, sete, oito anos danando em movimentos de arremedo de sensualidade diante de uma bancada de jri de adultos para diro se ela foi uma gracinha ou no. Outras no poderiam manter no saite a informao "No adianta enviar roteiros pelo site ou pelo correio; eles nem vo ser abertos" e, depois, gastar milhes em autopublicidade para mostrar o quanto a casa respeita seus funcionrios".
Esses so exemplos de mentira que, to logo ou no to logo assim seus clientes desenvolvam determinado senso crtico, respondero claramente pela queda do desempenho da empresa no mercado. Mas os efeitos estaro to entalhados em seus procedimentos que seus analistas internos vo demorar muito para descobrir a existncia.
Escritor (As ltimas Ovelhas, Ed. Papel & Virtual, 1988; Sociedade sem Deus - Mundo Corrigido), Prof. de Portugus, Consultor e Palestrante (relacionamento e comportamento corporativos), Redator de jornais regionais (Jornal Nosso Bairro - www.nbcaieiras.com.br; www.evirt.com.br etc.), Revisor, 52 anos (Artigonal SC #3170861)
